terça-feira, agosto 30, 2005

1 - uma causa nacional

Pelo aprofundamento do Espírito de Guimarães, na busca do sentido original, do significado actualizado e do valor simbólico intemporal, o que pode passar pela transferência da Sede da Presidência para o Paço dos Duques de Bragança em Guimarães- figuração simbólica de todo um movimento de aproximação entre o Estado e os Cidadãos – e pela redefinição de uma estratégia nacional assente em sete pilares: Reafirmação Internacional do Espaço Lusófono, Empreendedorismo e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, Internacionalização Económica e Cultural, Políticas ambientais orientadas para a Qualidade de Vida e Turismo de qualidade, Educação para a cidadania responsável, Formação para o profissionalismo, mais Poder às Pessoas por via da Consulta Pública Vinculativa;

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Amigo Luís,
Antes de mais gostaria de te felicitar por esta iniciativa e de te perguntar qual a data limite para receberes os formulários de apoio à tua candidatura. Isto se ainda forem necessários. Depois gostaria de deixar aqui uma primeira reflexão sobre o lema que escolheste como bandeira para uma candidatura presidencial. Pensar Portugal não é tarefa fácil mas é absolutamente vital para que possamos, tal como preconizas, eleger uma causa nacional que nos una a todos em redor de uma ideia ou ideias que contribuam para refundar e estruturar uma nacionalidade que nos é comum a todos. E é sobre esta noção de nacionalidade comum que gostaria de centrar este meu primeiro texto. É certo que temos 800 anos de História e que por isso a nossa identidade cedo se afirmou em um espaço territorial bem definido com fronteiras definitivas decididas mais cedo do que em qualquer outro País europeu. Mas aquilo que pode ser visto como uma vantagem não tem tido uma correspondência nos níveis de desenvolvimento económico, social, cultural, científico, enfim, civilizacional. Basta recuar à nossa História oitocentista e recordarmos os escritos do Eça para identificarmos o atraso cultural de um povo que nunca soube aproveitar os rasgos de excepcionalidade que, apesar de tudo, teve em vários momentos da sua História. Dir-se-ia que Portugal foi desperdiçando sempre o melhor de si, não agarrando nunca as melhores oportunidades que criou ou que se lhe depararam, para fazer de si próprio um País sustentado, pleno de civilização. A cada período mais bem sucedido da vida nacional, sucedia-se logo outro de marasmo, estagnação ou mesmo crise. E é esta eterna inevitabilidade cíclica que nos é comum a todos. Estamos aqui, talvez a falar daquilo que nas sociedades muda com maior lentidão, as mentalidades. Não direi que sejamos reféns do classicíssimo lema carpe diem, mas teremos certamente uma fortíssima propensão para nos deixarmos afogar em uma espécie de laxismo ou apatia que desmobiliza, que deixa morrer, também por falta de visão, os golpes de asa que, apesar de tudo, vão surgindo. É por isso que apreciei imediatamente o lema da tua iniciativa, pois é sem dúvida necessária uma nova atitude nas pessoas em Portugal. No entanto, gostava de salientar que essa nova atitude, expressão que me levou a recordar o novo homem com que tanto sonhou um certo filósofo, não pode fazer-nos esquecer que qualquer nova atitude não pode ser apenas uma pose de circunstância que não seja sustentada em convicções profundas. Ou corremos o risco, tão nosso conhecido, de fazermos parte apenas dos tão conhecidos ciclos da vida nacional. Não sei exactamente como se mudam mentalidades que depositam a sua origem em práticas sociais e culturais ancestrais mas parece-me haver um só caminho, a Educação. Aqui estou em plena sintonia com o actual Presidente da República mas acrescentaria apenas um aspecto. A Educação do Conhecimento é absolutamente crucial mas tem de ser acompanhada da Educação do Comportamento. Não em um sentido kafkiano, à maneira de regimes despóticos, mas em sentido humanista no que de melhor contém este conceito, como forma de obviar à corrupção comportamental que age imperceptivelmente contribuindo para a manutenção de privilegiadas corporações, o que é típico de regimes ditatoriais, fazendo da nossa democracia um regime pueril. E este estado de coisas só poderá mudar quando cada um de nós entranhar em si mesmo certezas tão prosaicas, como a de acreditar profundamente, que a nossa liberdade acaba onde começa a do nosso concidadão e que o nosso lugar na sociedade não existe para exercermos poder ou demissionismo sobre os outros mas tão simplesmente, para contribuirmos para um bem comum. ,É portanto absolutamente necessário, que o carácter nobre da política se afirme de forma autêntica tentando altruisticamente influenciar o comportamente de cada um de nós dando exemplos de integridade e consistência. Só assim poderemos projectar no futuro Portugal e definir finalmente, e com consistência, modelos económicos eficazes, identificar áreas estratégicas para o desenvolvimento, etc, etc. Um País que tem fragilidades óbvias associadas à sua dimensão não pode deixar de explorar convenientemente todas as suas eventuais vantagens competitivas. A ligação ao espaço lusófono ou o turismo são, claramente, algumas delas mas disso tratarei em uma outra contribuição.

Lisboa, 7 de Setembro de 2005
Um abraço
Nuno Riscado

quinta-feira, setembro 08, 2005 3:21:00 da manhã  

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